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04
Agosto
2023
Entrevista | Luís Loures, Presidente do Politécnico de Portalegre

Luís Loures, Presidente do Politécnico de Portalegre, entidade copromotora do projeto Guardiões faz o balanço em relação a implementação e execução deste programa dedicado ã temática das alterações climáticas, sensibilização e educação ambiental.

O Projeto Guardiões é promovido pelo Politécnico de Portalegre, com foco nas alterações climáticas. Qual o balanço que se faz em relação à sua implementação e execução?

O projeto Guardiões tem sido um programa emblemático que o Politécnico teve a oportunidade de coordenar em parceria com o Fórum Energia e Clima e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR), com uma visão integradora do território, e que de uma forma pragmática consegue transformar esta região, que é a maior de Portugal, num laboratório vivo, tendo em conta aquilo que é, não só a experimentação, mas também ao nível da sensibilização e educação ambiental no âmbito das alterações climáticas e a transição energética. Quanto aos resultados: o projeto tem e vai continuar a ter um impacto muito significativo quer a nível local e regional, quer a nível nacional, e foi inclusivamente indicado como um exemplo de boas práticas na área das alterações climáticas, a nível europeu. É um projeto que numa das suas componentes práticas, que tem a ver com a sensibilização dos jovens, nos permitiu chegar desde o pré-escolar até ao ensino superior, sendo que tivemos interação com mais de 5 mil estudantes na região Alentejo, e acho que isto por si só, é extraordinário ao nível dos objetivos cumpridos. Além disso, todas as Summit's que fizemos: Portalegre, Évora, Beja e Sines, muito focadas nas alterações climáticas, na economia circular e na transição energética, mas também na sensibilização da população, e que foram um sucesso trazendo a Portugal participantes de toda a CPLP, reunindo no mesmo Fórum, pessoas da sociedade civil, governantes, reitores, dirigentes associativos, professores, alunos, o que por si só foi absolutamente extraordinário para mostrar que este é um problema de todos, e que efetivamente é um combate que só pode ser ganho com o contributo de todos. Por isso, diria que o balanço é bastante positivo quer do ponto de vista institucional, quer ao nível dos outputs.

Em relação à execução do projeto, quais os investimentos que estão envolvidos?

A execução do projeto não tem investimentos diretos envolvidos, o único investimento é o tempo. Há muito tempo despendido pelas pessoas que estão dedicadas a este projeto. Do ponto de vista dos investimentos, o que pretendemos é fazer um processo de desenvolvimento de projetos aplicados sobre o território que estão disponíveis para os municípios e para as Comunidades Intermunicipais, estamos a falar em mais de 50 tipologias de projetos com ações concretas; como a criação de florestas urbanas, a redução do consumo energético, seja por via de sistemas inteligentes de iluminação pública, ou por sistemas de monitorização para a qualidade do ar. Atividades concretas como a questão da compostagem, o aumento de infiltração para redução de pontas de cheia e com isso, a redução das inundações e impactos económicos desse tipo de fenómeno. Temos ainda, um conjunto de projetos muito concretos que estão catalogados e disponíveis para os municípios, e que nós, numa segunda fase deste projeto, pretendemos que possam ser implementados de forma piloto em locais estratégicos. Está a ser feito um investimento grande em sensibilização e educação ambiental para que as pessoas percebam que a resolução do problema começa nas suas casas, fazendo reciclagem, reduzindo o desperdício apostando em energias limpas. Gostaríamos que o projeto pudesse servir de catalisador para que os municípios e a CCDR tivessem uma aposta ainda mais vincada nas economias azul, verde e na economia circular, incentivando empresas de economia limpa com uma lógica específica de ligação ao ambiente.

Uma das estratégias deste projeto é a transmissão de conhecimento e a sensibilização dos jovens para o tema das alterações climáticas, quais os programas apresentados destinados a esta faixa etária, incluindo a área da gamificação?

Temos projetos muito interessantes nesse âmbito. Ao nível do ensino pré-escolar e do básico, para além de manuais didáticos e vários conteúdos desenvolvidos no digital e inúmeras visitas que a equipa do projeto Guardiões fez a escolas do Alentejo, tivemos resultados muito interessantes com base no projeto, houve entidades e escolas profissionais que nos procuraram, e que estamos a apoiar, com recursos do Politécnico e que surgiram porque o projeto existe, como exemplo, um grupo de jovens da escola Mouzinho da Silveira, que estava a trabalhar ao nível da utilização e criação de um jogo de educação ambiental, o conhecido Minecraft, o que nós estamos a fazer é gamíficar um jogo que é amplamente difundido a nível nacional e internacional, neste caso estamos-lhe a incluir os princípios da economia circular em que os jogadores vão ter de jogar segundo esses princípios. Sendo que, isto envolveu o nosso departamento de Inteligência Artificial, informática, o FabLab que incluiu estes alunos, trazendo-os para o Politécnico num género de estágio, com o apoio dos docentes e investigadores a fazer esse processo de gamificação. E há outros. Criamos a APP dos Guardiões, onde todas as pessoas se podem inscrever e os Guardiões ganham pontos por terem atitudes que possam contribuir para salvar o planeta. Sabemos que hoje os jovens estão no digital, com estes e outros exemplos estamos a chegar a estas faixas etárias de forma apelativa e com base na experiência.

Quais os novos projetos ou parcerias que estão previstos para um futuro próximo?

Está prevista uma segunda fase do Guardiões, porque é um trabalho que nunca está concluído e temos de chegar cada vez mais cedo junto dos jovens, sensibilizá-los, envolve-los no processo de decisão. Por isso nesta segunda fase, iremos desenvolver parcerias com as Comunidades Intermunicipais, para poderem junto dos municípios implementar projetos concretos que tenham um impacto real na transição energética, para que se consiga perceber que com um pequeno investimento consegue-se atingir um impacto muito positivo. Temos o exemplo de Portalegre, em que se conseguiu uma redução astronómica da fatura energética ao nível da iluminação pública, com um investimento significativo no início, mas que trará um retorno financeiro, porque em cinco ou seis anos o investimento está pago e a partir daí é lucro.

E são este tipo de projetos que queremos que aconteçam de forma generalizada, com os quais todos ganhamos.

 

Publicado por: Sol (https://blob.invisiblemeaning.com/files/articles/2023/08/04/3af94abf-2485-4c19-96e5-d74381dbc216/solpaispositivo_04082023_2327.pdf)

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